Há mais de oito anos algumas instituições de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) iniciaram conversas sobre suas necessidades, principalmente estruturais, em relação a seus acervos científicos. Com o apoio do ministério o Museu Paraense Emílio Goeldi, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Instituto Nacional do Semiárido e Museu de Astronomia e Ciências Afins conseguiram elaborar e aprovar o convênio “Coleções Científicas no MCTI: consolidação, expansão e integração” junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI). Este projeto foca em diferentes níveis de ação e depende das necessidades elencadas por cada instituição executora, sendo as principais com a finalidade de ampliar e melhorar a infraestrutura, disponibilizar dados ao acesso público, promover a interação e colaboração entre pesquisadores ao nível nacional e internacional, colaborar na formação e capacitação de recursos humanos, executar ações de socialização e exposição da ciência ou acervos e promover eventos técnicos-científicos.

           O fato de ser uma ação multi-institucional, tendo o Museu Goeldi como coordenador e suporte administrativo da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), propiciou diversas experiências entre as instituições alavancado ainda mais as discussões acerca da conservação, gestão e planejamento, uso e disponibilização referente aos registros e banco de dados nos mais diferentes tipos de acervos, sejam eles relacionados à biodiversidade, ciências da terra, à diversidade sociocultural ou conteúdo arquivístico.  Além disso, outras parcerias configuraram ações de relevância nacional, principalmente quanto à publicação e disponibilização de dados abertos, como o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) e, mais recentemente, com programas que visam melhorar e capacitar ações voltadas a colaboração em rede de instituições focadas na gestão de acervos e qualificação da informação, como no caso do Projeto CESP 2021 (Capacity Enhancement Support Programme), apoiada pelo  Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF) e coordenado pela Sociedade Brasileira de Zoologia.

           Com este histórico, agregado ao interesse comum de diversas instituições que abrigam e gerenciam o patrimônio científico do Brasil e que, através de seus pesquisadores, sempre tem em a pauta refletir sobre todos os processos que envolvem as coleções é que se apresenta o simpósio Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento tendo, entre suas finalidades, aumentar a inserção do tema na sociedade e propor ações substanciadas para garantir um melhor futuro ao desenvolvimento científico nacional.

           Desejamos a todos um ótimo evento!